No Dia Mundial do Trigo, comemorado hoje (10 de novembro), nosso post trará informações da Embrapa Trigo que mostram a importância do Cerrado para tornar o país autossuficiente na produção do cereal.
O Brasil produz apenas metade das 12 milhões de toneladas de trigo necessárias para abastecer o seu mercado interno.
Na última edição da AgroBrasília Digital, que ocorreu em julho passado, o pesquisador da Embrapa Cerrados, Júlio Albrecht, comentou sobre o potencial da região Centro-Oeste para a produção de trigo. De acordo com o pesquisador, a região cultiva anualmente cerca de 200 mil hectares, porém, esta área pode alcançar até 2 milhões de hectares.
Informações publicadas no jornal Estado de São Paulo apontam que o governo planeja ampliar em 50% a área plantada no Cerrado já a partir do ano que vem. Até 2025, a meta é alcançar 1 milhão de hectares nos estados de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Plantio
Técnicos apontam que o cereal encaixa muito bem no sistema de produção do Cerrado, podendo ser semeado em duas épocas distintas: safrinha, plantado no final e fevereiro até meados de março para ser colhido em maio e junho ou safra, plantado entre abril e maio para ser colhido até o início de setembro. Na safra 2020, a Jotabasso realizou o cultivo de duas variedades do trigo: o BRS Sanhaço e o Tbio Sossego.
Origem
Consumido por praticamente toda a população mundial, o trigo é uma das culturas mais antigas da humanidade e de grande importância econômica e alimentícia. Alguns pesquisadores acreditam que o cereal seja originário de gramíneas silvestres, que se desenvolveram as margens dos rios Eufrates e Tigre, na Ásia, entre o período 10.000 a 15.000 A.C.
A importância do trigo como alimento é devido a qualidade e a quantidade de proteína encontrada em seus grãos. Relatos apontam que o primeiro pão, principal produto derivado do cereal, foi feito ainda na Idade da Pedra.
No Brasil, acredita-se que a produção tenha início por volta do ano 1534, no período colonial na Capitania Hereditária de São Vicente, a qual corresponde atualmente o estado de São Paulo. Esta primeira iniciativa de cultivo deste cereal no país teve pouco sucesso de produção devido as condições climáticas. Porém, quando o cultivo do trigo migrou para o Sul do país, foram encontrados clima e solo com condições favoráveis ao desenvolvimento da cultura.
O cultivo de trigo no Brasil tem um histórico de altos e baixos que pode ser atribuído a fatores fitossanitários e políticos. No século 18, o trigo quase desapareceu do país, isso porque foi observado o surgimento da ferrugem da folha, doença cujas perdas podem chegar à 60%. Entretanto, ao final do século 19, com a chegada dos alemães e italianos, o cultivo desse cereal foi mantido no Estado do Rio Grande do Sul, tendo um novo impulso e entusiasmo para sua produção.