A RPPN Parque Ecológico João Basso vai além de uma área de preservação ambiental, seu patrimônio arqueológico é caracterizado por inscrições rupestres; pelo baixo relevo existentes em profusão; pelo número elevado número de material lítico, cerâmico, ossos da fauna, fogueiras e outros; como também por sítios a céu aberto, abrigos sob rochas, marcas humanas da pré-história, do Brasil pré-colonial, colonial e da atualidade. A datação mais antiga na RPPN – Parque Ecológico João Basso, deu-se no Abrigo Ferraz Egreja, com 4.600 a.C.
Sítios arqueológicos e artefatos históricos na RPPN João Basso
Os estudos no parque começaram por volta de 1983, mostrando que a região é habitada há milhares de anos. O parque possui dezenas de sítios arqueológicos com escavações científicas da missão franco-brasileira, como o Ferraz Egreja, sendo esse o mais antigo, Cipó, Fazendinha, Antiqueira e Arqueiros.
Somente no sítio arqueológico Egreja são mais de 13 mil peças coletadas e enumeradas. Nos sítios, há estruturas arqueológicas como concentração de cerâmicas, urnas funerárias com argila, utensílios lascados e polidos, restos de fogueiras e entre outros.
A cultura material e imaterial produzida pelas muitas gerações humanas, permeando longos processos históricos, é caracterizada pela relação das sociedades que se sucederam e o meio ambiente. No caso dos estudos realizados no Parque, um dos destaques são as urnas funerárias, encontradas em uma caverna situada nas divisas do parque com o assentamento rural do Banco da terra.
Observaram os arqueólogos os vestígios das relações estabelecidas entre os vivos e os mortos. Nas urnas funerárias mencionadas, havia ossos de diferentes pessoas com idades distintas; o modo de fazer os potes cerâmicos e a escolha de uma caverna de difícil acesso em local com relativa umidade são indicadores dos costumes desses povos no que refere ao depósito final dos entes queridos.
“As urnas com não mais que 50cm de altura, têm paredes finas, bem alisadas e, à exceção de duas não decoradas, apresentam uma faixa de incisões lineares, logo abaixo da borda formando padrões de desenhos que individualizam cada urna” (VIALOU; FIGUTI, 2013, p.124).
Ainda segundo os autores do livro "Cidade de Pedra – passado no presente", as urnas foram depositadas em superfície, quebradas e recobertas pelo processo de desabamento de porções do teto e das paredes do local onde estavam.
Um pouco sobre o Parque João Basso
O Parque Ecológico João Basso é uma Reserva Particular de Patrimônio Natural, de 3.624 hectares, criada com o intuito de proteger o valioso patrimônio arqueológico e ambiental, reconhecida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA), em 30 de dezembro de 1997, mediante a portaria 170. Trata-se de um parque privado localizado dentro da Fazenda Verde (Rondonópolis – MT) de propriedade da Sementes Jotabasso.
As Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) são áreas privadas que têm como objetivo a conservação da biodiversidade. Dentro desse contexto, a criação do parque tratou-se de uma visão de futuro de seus proprietários, que, ao longo dos anos, preservaram o amplo espaço dentro da propriedade maior. Hoje, a reserva possui matas, rios, cachoeiras e veredas intactas e ricas em biodiversidade.
Entre os primeiros pesquisadores a estudar as inscrições rupestres presentes nas formações rochosas da RPPN, está o casal Denis e Águeda Vialou. O resultado deste trabalho está registrado no livro “Cidade de Pedra – passado no presente”, no qual são reveladas as inúmeras descobertas realizadas.
Consciente da importância que o espaço representa tanto em termos históricos quanto naturais, a empresa emprega ampla gama de recursos humanos e financeiros para manutenção e preservação do local. Periodicamente, são realizados treinamentos de prevenção ao combate de incêndios, construção de aceiros, além da limpeza das trilhas ecológicas, entre outras ações.
Onde encontrar a urna histórica
Uma das urnas encontradas no Parque encontra-se exposta no Escritório Corporativo na cidade de Rondonópolis - MT. Ficou curioso para saber mais sobre o Parque? Clique aqui e assista ao vídeo.