Como identificar e tratar as doenças na cultura do sorgo

Cultura que vem ganhando espaço na segunda safra pode ser atingida por fungos e bactérias

Uma cultura promissora e mais resistente a intempéries climáticas vem ganhando espaço nas lavouras do país e se transformando na grande aposta da segunda safra: o sorgo. A crescente demanda por este grão, seja para a alimentação animal ou humana (ainda rara no Brasil), aumenta, cada vez mais, o interesse dos produtores quando o assunto é uma cultura alternativa ao milho.

Mas, apesar de serem plantas com facilidade de adaptação a um clima quente e seco, essa cultura também é suscetível a uma série de doenças que podem limitar sua produção. Essas doenças variam a cada ciclo e de uma localidade para outra em função da influência do ambiente sobre o patógeno e seu hospedeiro.

Dentre os fatores que favorecem o surgimento de doenças no sorgo estão os aspectos bióticos como fungos e bactérias que se multiplicam e são transmitidos de uma planta doente para uma sadia. Dependendo também do ano e da região em que o sorgo é cultivado, pode ocorrer ataque de patógenos causadores de doenças foliares e da panícula, de agentes causais de doenças sistêmicas, além de fungos de solo causadores de podridões radiculares e viroses.

O engenheiro agrônomo Gustavo Almeida, doutor em melhoramento genético e pesquisador da Innovative Seed Solutions, parceira da Sementes Jotabasso, explica como esses problemas surgem.

“Para que ocorra uma doença em sorgo, quatro princípios básicos de patologia de planta devem ocorrer: a presença do patógeno – agente causador da doença; condição ambiental favorável ao desenvolvimento do patógeno – ou seja, temperatura, umidade, fotoperíodo; assim como ausência de resistência genética – sendo que a resistência ou tolerância é um mecanismo pelo qual os genes existentes no DNA das plantas conferem resistência ou tolerância a determinadas doenças. É como se os próprios anticorpos da planta combatessem essas infecções”.  

O pesquisador lembra ainda que, infelizmente não existem genes de resistência para todas as doenças do sorgo. “A ausência do uso de defensivos agrícolas, que são produtos químicos e ou biológicos que inibem o desenvolvimento dos patógenos nas plantas. É como se fosse um remédio para curar e ou prevenir as doenças da cultura”, explica o pesquisador.

Os três primeiros fatores (quais???) são essenciais para a tomada de decisão em utilizar ou não os insumos protetivos. Esses agentes protetivos devem ser utilizados para inibir a ação das doenças em cultivares suscetíveis de sorgo ou até mesmo potencializar a defesa contra um determinado patógeno pela ação de resistência genética somada ao uso de agentes protetivos.

“Lembrando que cada doença tem condições distintas para o desenvolvimento do patógeno. Por exemplo, existem doenças que necessitam de alta temperatura para se desenvolver ou já se manifestam em condições de baixa temperatura”, lembra o pesquisador.  

No Brasil, as principais doenças que atingem a cultura do sorgo são a antracnose e helmintosporiose. A antracnose é considerada a doença mais importante da cultura do sorgo no Brasil pelas perdas ocasionadas, estando presente em, praticamente, todas as áreas de plantio do país.

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